Presidente da Fieg, Sandro Mabel - Foto: Alex Malheiros / Fieg |
Estudo aponta que queda do juro médio para pessoa física passará de 123,71% para 122,71% ao ano barateando pouco o crédito e prestações
*Por Emerson Tormann
A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) reiterou seu apoio a uma redução mais significativa da taxa Selic em um comunicado emitido na quarta-feira (01/11), em resposta à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que cortou a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, estabelecendo-a em 12,25% ao ano.
Sandro Mabel, presidente da Fieg, alegou que o corte da Selic ainda é tímido, dada a atual situação econômica. Ele apontou a queda da inflação, a expectativa de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e a redução da taxa de desemprego como razões para uma redução mais robusta dos juros. Mabel enfatizou que apenas com essa medida o Brasil poderá incentivar investimentos que teriam efeitos positivos na economia ainda em 2023.
A Fieg divulgou uma nota técnica que destaca a diferença entre a queda da taxa Selic e a redução efetiva das taxas de juros praticadas no mercado. De acordo com a nota, essa discrepância reforça a crença empresarial de que a redução da Selic deveria ser mais rápida e acentuada. Cláudio Henrique Oliveira, assessor econômico da Fieg, explicou que a queda da taxa básica de juros tende a tornar o crédito mais acessível, estimulando a produção e o consumo, e, consequentemente, reduzindo o controle sobre a inflação e a intervenção do Banco Central na política monetária.
A indústria, segundo a Fieg, é um setor chave para o crescimento econômico, e, nesse contexto, a redução dos juros é vista como uma forma de incentivar a produção industrial e fomentar um ciclo de prosperidade. O corte de 0,5 ponto percentual na Selic foi o terceiro consecutivo desde agosto, quando a taxa básica estava em 13,75%, um patamar considerado insustentável pelo setor produtivo na época.
Redução da Selic Tem Impacto Limitado no Crédito, Anefac Aponta em Estudo
São Paulo, [Data] - A decisão do Banco Central de reduzir a taxa Selic para 12,25% ao ano, anunciada na quarta-feira (1º), terá um impacto limitado no crédito e nas prestações, de acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). O efeito da redução da Selic na ponta final será diluído, principalmente devido à grande discrepância entre a taxa básica e as taxas efetivas de prazo mais longo, tornando os efeitos do afrouxamento monetário menos perceptíveis para os tomadores de empréstimos.
Segundo a Anefac, a taxa média de juros para pessoas físicas passará de 123,71% para 122,71% ao ano, enquanto para pessoas jurídicas, a taxa média diminuirá de 59,98% para 59,24% ao ano. A taxa Selic, por sua vez, caiu de 12,75% para 12,25% ao ano.
Para ilustrar o impacto, a Anefac fez projeções de economia em diversas situações. Por exemplo, no financiamento de uma geladeira de R$ 1,5 mil em 12 prestações, o cliente desembolsará R$ 0,39 a menos por prestação e economizará R$ 4,64 no valor final devido à nova taxa Selic. O cliente que utiliza o cheque especial em R$ 1.000 por 20 dias pagará R$ 0,27 a menos.
Em relação aos rendimentos da poupança, a Anefac realizou simulações que mostram que, com a taxa de 12,25% ao ano, a poupança supera os fundos de investimento apenas em cenários de prazo de aplicação curto e taxas de administração elevadas. Com a Selic acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 6,17% ao ano mais a Taxa Referencial (TR), enquanto os fundos, mesmo com Imposto de Renda e taxa de administração, superam esse rendimento em vários casos.
A decisão do Banco Central de reduzir a taxa Selic visa equilibrar o cenário econômico do país, mas os impactos reais no mercado de crédito e investimentos podem ser menos significativos do que o esperado.
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