Em dezembro, os bancos de leite do DF foram os primeiros do Brasil a passar pelo processo de auditoria para certificação | Foto: Divulgação/Agência Saúde |
Cerimônia ocorreu durante o I Workshop Nacional do Programa de Certificação Fiocruz de Bancos de Leite Humano e o Encontro Nacional de Centros de Referência de Bancos de Leite Humano do SUS-2024
Por Agência Brasília | Edição: Ígor Silveira
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) recebeu, na manhã desta quarta-feira (24), o certificado "Destaque em Gestão de Banco de Leite 2023" pelos resultados alcançados nos bancos de leite locais. A cerimônia ocorrerá no Rio de Janeiro, durante o I Workshop Nacional do Programa de Certificação Fiocruz de Bancos de Leite Humano (PCFioBLH/Fiocruz) e o Encontro Nacional de Centros de Referência de Bancos de Leite Humano do SUS-2024.
A coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno da SES-DF, Mariane Curado Borges, contou que a Rede Brasileira de Bancos de Leite lançou o programa no ano passado, com o intuito de fortalecer a garantia da qualidade da Rede Global de Bancos de Leite Humano como ação estratégica para a redução de mortes evitáveis de recém-nascidos e lactentes, assim como para prevenção da ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis.
Em dezembro, os bancos de leite do DF foram os primeiros do Brasil a passar pelo processo de auditoria para certificação. Os auditores visitaram, durante uma semana, os 14 bancos de leite do DF, incluindo os privados. A coordenadora destacou a qualidade do serviço prestado às mães e aos recém-nascidos.
"A rede de bancos de leite humano do DF é referência para o Brasil e para o mundo. Somos o único lugar em que há autossuficiência de leite humano para os bebês internados nas unidades neonatais. No Rio, a gente vai receber tanto o resultado desse processo de auditoria quanto o prêmio de gestão", celebrou.
O trabalho do Banco de Leite Humano foi essencial para o processo de amamentação do pequeno Kalel, hoje com 40 dias de vida. Ele nasceu no Hospital Regional de Sobradinho, na 34ª semana de gestação, pesando 1,690 kg. A mãe, a babá Laila Priscilla de Oliveira Corte, 32 anos, moradora do Riacho Fundo, conta as preocupações com o nascimento prematuro. "Meu filho precisou ficar na UTI, entubado. Desde que ele nasceu, vem se alimentando graças ao banco. É muito necessário e essencial esse auxílio. Cada gota vale ouro, cada gota desse leite é vida. Tive dificuldade com a produção e a retirada de leite. Não conseguir extrair alimento para meu filho é muito dolorido e esse serviço nos traz alívio de falar 'meu filho não está passando fome, ele tem como se alimentar'".
A dona de casa Stefane Pereira da Silva, 27 anos, moradora de Samambaia Sul também foi beneficiada pelo Banco de Leite. A filha Eloah, hoje com quase dois meses de vida, nasceu no Hospital Regional de Taguatinga com 29 semanas e 1.475g. Hoje, após receber o nutriente e aprender a mamar, ganhou peso e está com 1.710g.
"Ela recebeu o alimento do banco até eu conseguir ordenhar o meu próprio leite. Fui bem orientada desde o momento em que a médica liberou minha filha para o seio materno. Hoje, está mamando bem e recebendo em alguns momentos a complementação do leite humano pasteurizado. É um apoio muito importante", reiterou.
Alimento para mais de 15 mil bebês
A referência técnica (RTD) em Bancos de Leite Humano do DF, Maria das Graças Cruz Rodrigues, reforçou a importância do evento tanto para o DF e para cada uma das equipes de Bancos de Leite Humano e Postos de Coleta de Leite Humano. "Estamos felizes e gratos pelos resultados do nosso empenho. É o começo de um novo tempo e nós fazemos parte disto. Por meio deste workshop vemos mais uma vez nossos olhos voltados para novas conquistas. Brasília segue sendo exemplo de uma rede consolidada, e busca a manutenção de sua autossuficiência em leite humano para recém-nascidos de UTI Neonatal, seguindo todos os princípios que garantem acesso e qualidade do leite humano, pilares da segurança alimentar e nutricional para recém-nascidos e lactentes", reforçou.
As ações e políticas públicas impulsionaram o DF para se tornar a região mais próxima de se tornar autosuficiente em armazenamento de leite materno. De acordo com os dados da rede em 2023, foram coletados 22.253 litros de leite materno, beneficiando 15.560 bebês internados em hospitais. Nos três primeiros meses de 2024, a rede coletou 4.707 litros, atendendo à demanda de 3.942 bebês. Ainda segundo o último relatório da Rede Brasileira de Banco de Leite, a rede do DF é considerada a mais bem equipada do país.
Entre os presentes no workshop estarão a representantes do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, a Fiocruz, a Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, as secretarias estadual e municipal de Saúde do Rio de Janeiro, a Agência Brasileira de Cooperação, a Organização Pan-Americana da Saúde Brasil, o Centro Latino-americano de Perinatalogia–OPAS e a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano.
No dia 25, no encontro haverá ainda um fórum com o tema "O trabalho em Rede – Matriz de Responsabilidade", que tratará do papel das coordenações estaduais e das secretarias de Saúde (estaduais e municipais) na gestão da rBLH.
*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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