Durante visita oficial do presidente Lula ao país vizinho, Silveira anunciou também um novo Grupo de Trabalho para tratar sobre Combustíveis Sustentáveis de Aviação (SAF)
Nesta segunda-feira (5), Brasil e Chile assinaram um total de 19 atos bilaterais em diversas áreas, incluindo turismo, ciência e tecnologia, defesa, agropecuária e direitos humanos. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em visita oficial ao Chile, foi recebido por seu homólogo chileno Gabriel Boric no Palácio de La Moneda, em Santiago. Os acordos visam a diversificação das relações comerciais e de investimentos entre os dois países, que já mantêm mais de 90 acordos bilaterais em vigor.
Entre os atos assinados, destacou-se uma carta de intenções focada no desenvolvimento do setor mineral. Os ministros Alexandre Silveira, de Minas e Energia do Brasil, e Aurora Williams, de Mineração do Chile, assinaram o documento durante o Fórum Empresarial Chile-Brasil. O objetivo central é promover a cooperação entre os dois países no manejo de recursos minerais estratégicos para a transição energética. "Os dois países são riquíssimos em recursos minerais e, certamente, esta carta alavanca bastante nosso interesse em comum, que é a transição energética", afirmou Silveira.
A carta de intenções estabelece compromissos para promover a transparência no setor mineral, investir em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para inovação, e criar programas de qualificação de mão-de-obra. Além disso, enfatiza a importância de práticas de mineração sustentável e a atração de investimentos estrangeiros diretos, facilitando o intercâmbio de conhecimentos técnicos e tecnologias. Embora o documento não tenha efeito jurídico vinculante, representa uma declaração de intenções políticas que busca criar um ambiente propício para a integração do setor mineral em toda a América do Sul.
Além dos acordos no setor mineral, outro destaque da visita foi a criação de um Grupo de Trabalho para desenvolver Combustíveis Sustentáveis de Aviação (SAF). O ministro Alexandre Silveira anunciou a iniciativa, que visa compartilhar práticas regulatórias e de mercado para a promoção do SAF como uma alternativa global de descarbonização do setor aéreo. "Queremos transformar o Brasil em um grande hub mundial da aviação sustentável", declarou Silveira, ressaltando o avanço brasileiro com o projeto "Combustível do Futuro".
O Brasil é o terceiro maior parceiro comercial do Chile, com um intercâmbio anual de US$ 12,3 bilhões. A relação econômica entre os dois países é marcada pela exportação de cobre, pescados e minérios chilenos para o Brasil, enquanto o Brasil exporta petróleo, carne bovina e automóveis. Com os novos acordos, espera-se uma diversificação e expansão do comércio bilateral, fortalecendo ainda mais os laços econômicos e políticos entre as duas nações.