A Wilson Sons, maior operador de logística portuária e marítima do mercado brasileiro, registrou um expressivo aumento na movimentação de pellets de madeira pelo Tecon Rio Grande. O crescimento de 83% corresponde aos primeiros oito meses do ano, em comparação ao mesmo período de 2023. Foram 2.748 TEU (unidade correspondente a um contêiner de 20 pés), 1.250 a mais que 2023, equivalente a 1.374 contêineres ou 38.529 toneladas.
O aumento da movimentação no Tecon Rio Grande se deve, em especial, às exportações de pellets da empresa Todesmade, uma indústria madeireira do Grupo Todeschini, que tem como principal destino a Itália. O insumo consiste em um granulado de madeira, com tamanho entre 1 e 4 centímetros de comprimento, oriundo de reflorestamento e considerado importante fonte de energia renovável, eficiente e limpa.
Os pellets de madeira vêm se tornando uma tendência no Brasil e em outros países. Por ser um biocombustível, sua comercialização é uma alternativa sustentável em relação aos combustíveis fósseis tradicionais, servindo, por exemplo, como uma importante fonte de energia para o aquecimento residencial e comercial de baixo impacto ambiental. De acordo com o Centro de Investigação em Energia e Ar Limpo (CREA, na sigla em inglês), a transição para energias renováveis é um dos fatores que contribuíram para que a União Europeia obtivesse uma redução de 7,6% nas emissões de CO2 em 2023.
Paulo Bertinetti, diretor-presidente do Tecon Rio Grande, observa a tendência da exportação de fontes de energia renováveis em uma crescente. “Em um mundo onde se observa a necessidade de buscar alternativas de consumo, que estejam de acordo com as práticas ambientais e o foco em mitigar impactos, o uso de matérias-primas como os pellets de madeira se tornam uma opção muito válida”, comenta. “Nós temos um olhar especial e atento para este segmento e oferecemos todo o suporte necessário para que empresas como a Todesmade possam operar a partir do terminal”, completa Bertinetti.
Andréa Dolfini, gerente de exportação da Todesmade, analisa o cenário do mercado para a exportação do insumo. "Prever com precisão o cenário de exportação de pellets para 2024 é desafiador, devido a uma série de variáveis em jogo, como a demanda global, mudanças climáticas, entre outros fatores. O uso do pellet como fonte de energia e calor ainda é muito baixo no mercado interno, por isso, o desenvolvimento de novos mercados é essencial”, afirma. “Hoje, o Brasil tem a Itália como o maior importador e ainda não atingimos com a mesma força outros mercados. Praticamente toda produção é exportada para uso residencial, contudo, a crescente demanda global por fontes de energia renováveis é um ponto positivo que poderá mudar esse cenário a nível futuro. E neste sentido, buscamos sempre nos adaptar às atualizações do mercado e continuar investindo em produção eficiente e sustentável. Levando em consideração os cenários de anos passados, acreditamos que 2024 será um período de sucesso para a exportação de pellets", acrescenta Andréa.
O Tecon Rio Grande é a principal via de acesso do Rio Grande do Sul para o Brasil e o mundo, tornando-se, ao longo de seus 27 anos de operação, fundamental para o desenvolvimento econômico do Estado. Atualmente, conta com mais de 3 mil clientes, entre importadores e exportadores, e recebe as principais linhas que escalam o Brasil, oferecendo serviços semanais para todos os trades a partir de 13 clientes armadores. Com localização estratégica, o Tecon Rio Grande tem a capacidade de operar 1,4 milhão de TEU e receber embarcações New Panamax com seus 900 m de cais, produtividade, uso de tecnologia e automação, posicionando o ativo como a melhor alternativa para transbordo do Cone Sul.